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AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome já diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados, não representando necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço, enquanto veículo de imprensa (emitido somente por meio de nossos Comunicados Oficiais e Editoriais).
Por William Lourenço
Onde você estava na tarde do dia 13 de agosto de 2014?
Eu lembro que, ainda morando em São Paulo, estava no primeiro ônibus a caminho da faculdade quando, ouvindo rádio, soube de um avião que havia caído em Santos, no litoral, pela manhã. O impacto com a notícia me foi maior quando disseram o nome de uma das vítimas do acidente aéreo: Eduardo Campos. Ele tinha 49 anos e, na noite anterior, havia sido entrevistado no Jornal Nacional. Além dele, outras seis pessoas que estavam na aeronave morreram.
A maior parte da minha infância e adolescência em Pernambuco foi durante o período em que Eduardo foi governador do estado (de 2007 a 2014). A escola onde concluí o Ensino Médio, o Duque de Caxias, havia virado uma Escola de Referência em Ensino Médio, se não me falha a memória, lá em 2010. Essa foi uma das várias escolas em tempo integral implementadas durante sua gestão, fazendo com que os índices de educação de Pernambuco estivessem entre os melhores do país.
Mas a melhor recordação que tenho foi quando pude conversar pessoalmente com o próprio. Era outubro de 2007. Estava acontecendo o Encontro Estadual dos Sem Terrinha no Recife. No meio daquele monte de criança de todo o estado, escolheram seis para se dirigirem ao Palácio do Campo das Princesas. Eu fui uma dessas crianças. Já tinha meus 11 anos. Fazia um calorão (como quase sempre faz por lá) e eu lembro de ter ficado feliz pela escolha, porque iria para um lugar com sombra.
Na entrada do Palácio, o então governador fez questão de cumprimentar todo mundo. Subimos uma escada e entramos numa sala gigantesca (não sei se era o gabinete dele, provavelmente não). Lembro que também haviam diversos repórteres e fotógrafos, e um mordomo que passava toda hora pela gente, enchendo nossas taças de água. Teve uma hora que eu precisei avisá-lo pra parar.
Como mostra na imagem acima, quando chegou minha vez de falar ao Eduardo sobre os problemas que precisavam ser resolvidos, destaquei a bendita estrada que liga o Dois Irmãos (assentamento onde vivo, que erroneamente foi colocado como Guarani não sei o porquê) ao Distrito do Carneiro: completamente esburacada e praticamente intransitável, após o período de chuvas. Disse isso ao governador de Pernambuco em outubro de 2007. Sim, eu sei: fiz mais coisas enquanto uma criança nessa reunião do que os vereadores e os prefeitos que passaram por Buíque nos últimos 20 anos.
De forma muito educada, ele ouviu todos nós e, ao menos naquela reunião, se dispôs a atender nossos pedidos o mais rápido possível.
Infelizmente, a única coisa que encontrei na imprensa sobre aquele diz foi uma nota publicada no próprio site do MST, mas sem qualquer foto ou vídeo. Inclusive, é esta da qual tirei a imagem acima. O que me chateia um pouco, pois gostaria de ter mais arquivos daquele dia.
O que me resta, então, é compartilhar por aqui com vocês esta lembrança de um dia inesquecível para mim em absoluto respeito e reverência a um homem que continua sendo inesquecível para muitos pernambucanos.
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