OPINIÃO: OUTRAS NOITES BRANCAS (POESIA)

Para começar a semana diferente, em vez das tensas e por vezes desnecessárias notícias do cotidiano, traremos uma reflexiva e romântica poesia (Foto de Alex Andrews para Pexels)


AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome já diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados, não representando necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço, enquanto veículo de imprensa (emitido somente por meio de nossos Comunicados Oficiais e Editoriais).

Por João Gabriel Silva

Ela apareceu como quem não pede licença
E eu deixei todas as portas abertas. 

Não era amor; era vibração: 
um silêncio que falava mais alto do que qualquer palavra. 

Ela disse que era honra, e eu acreditei. 
Ela curtiu, e eu senti. 
Viu meus passos, mas não caminhou comigo. 

Agora estou aqui com a lembrança do que não foi, mas poderia ter sido. 
Carrego uma dúvida que não grita, mas pesa. 
O café esfria; o coração ainda arde. Talvez ela esteja com outro. 

Talvez nunca tenha estado comigo.
Mas eu estive — inteiro, presente, raro. 

A dúvida me corrói: será que ela sentiu o mesmo? 
Será que sentiu alguma coisa? 
Pelo menos uma conexão. 
Não saber talvez seja pior do que saber. 

Torno-me um sonhador preso em devaneios, 
imaginando o que poderia ter sido. 
Há tanta angústia na fantasia; 
quando retorno à realidade, 
ela fragmenta em pó todos os devaneios. 

Se não há outra vida, 
resta viver esta e reconstruir os fragmentos. 
E se ela não soube o que fazer com isso, tudo bem. 
Eu sei. Eu transformo. Eu sigo.
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