OPINIÃO: DICK HAS NO SHOULDERS

Secretário de Estado americano anunciou que Ministro Alexandre de Moraes, do STF, é o mais novo sancionado pela chamada Lei Magnitsky, agravando ainda mais a tensão diplomática entre o Brasil e Estados Unidos. A falsa defesa da soberania usada por lulistas, a chantagem usada pelos bolsonaristas para que seu mito não seja preso e o parafuso a menos da cabeça de Donald Trump são ingredientes que culminarão no "grrosso" entrando dentro de cada um nos próximos dias... E é sobre isso que falaremos nesta Coluna de Opinião (Foto: Reprodução/ Embaixada dos Estados Unidos no Brasil)

AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome já diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados, não representando necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço, enquanto veículo de imprensa (emitido somente por meio de nossos Comunicados Oficiais e Editoriais).

Por William Lourenço

A tal da Lei Magnitsky, que bolsonaristas mais doentes replicaram nas redes sociais por dias a fio desde que seu mito foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, enfim foi utilizada pela primeira vez contra um brasileiro. Ao menos, é isso que o próprio governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira.

O primeiro contemplado do nosso país com as sanções previstas nesta lei foi ninguém menos que o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A justificativa, de acordo com Marco Rubio (Secretário de Estado americano), foi o fato do magistrado cometer "graves violações de direitos humanos". Obviamente que isso não tem nada a ver com o fato de Moraes ter aplicado multas e bloqueios de redes sociais pertencentes a empresas americanas, ou pelo mais recente caso envolvendo o uso de tornozeleira eletrônica por parte de Jair Bolsonaro (que culminou também naquela tarifa de 50% em cima dos produtos brasileiros, a valer já na próxima quarta-feira)... Nada disso. Porém, se Moraes, enquanto membro do STF (que tem onze ministros), pintou e bordou contra a democracia, não o fez sozinho. E se não o fez sozinho, é de se presumir que mais ministros entrarão nesta lista nos próximos dias. Ou será que não?

Eduardo Bolsonaro, deputado federal e o chantagista-mor responsável por toda essa confusão internacional envolvendo Brasil e Estados Unidos, já havia sinalizado que não queria que as sanções da Lei Magnitsky fossem aplicadas a outros ministros que não fossem o Moraes. Por qual motivo? Interesse próprio, óbvio. Para tentar, com o exemplo de Moraes, mostrar aos demais que, se não houver a absolvição do pai no processo ao qual responde por tentativa de golpe de estado, o grosso vai entrar em todos. E não sou eu que digo isso...

Mas, afinal de contas, o que é essa tal lei Magnistky e ela é tão temível assim quanto dizem?

Aprovada em 2012, incialmente havia a intenção de se investigar e punir os responsáveis pela morte de Sergei Magnitsky: advogado russo que denunciou um esquema gigantesco de corrupção envolvendo diversas autoridades de seu país, e que morreu em 2009 numa prisão de Moscou. Uma emenda à lei de 2016 também permitiu que acusados de corrupção e de cometer violações de direitos humanos fossem sancionados. Em todo esse período, o Presidente dos Estados Unidos era o democrata Barack Obama.

As sanções previstas vão desde o bloqueio de bens e contas bancárias nos Estados Unidos, até o cancelamento de visto e proibição de entrada no país. Também ficam proibidos ao sancionado: o uso de redes sociais controladas por empresas americanas (Facebook, X, Instagram, etc.); o acesso a serviços vinculados a empresas como Google e Microsoft, independente do país em que ele esteja; o uso de cartões de crédito com bandeiras americanas como Visa e Mastercard; o acesso a ativos em dólar, se tiver; dentre outras proibições. E embora apareça com destaque o nome do ministro, as sanções também podem sobrar para sua esposa, seus três filhos e demais familiares.

E do lado vermelho do muro ideológico? O que anda ocorrendo?

Buscando reverter o iminente desgaste interno de imagem, lulistas vestem a camisa de patriota deixada por alguns bolsonaristas para dizer que não se venderão a Trump ou aos Estados Unidos... enquanto que, nos bastidores, arreganham a bunda pra China e pra Rússia e vendem a eles tudo aquilo que podem do nosso país. As repetidas falas de Lula em tom crítico e até ofensivo ao hoje chefe do país mais influente do mundo, uma hora, resultariam numa bosta gigantesca que melaria a diplomacia centenária mantida entre os dois países. Quando se trata de alguém sem qualquer prezo a seus vizinhos e que, de uma hora para outra, pode tomar qualquer atitude truculenta contra você, a coisa menos inteligente a se fazer é provocá-lo com indiretas. Ainda mais se você for Presidente da República... e o alvo também. Se bem que Lula e inteligência são duas palavras que só entram na mesma frase separadas pelos dizeres "não tem".

Não temos senso de patriotismo verdadeiramente definido. Não temos poderio bélico para confrontar um país como os Estados Unidos, se for necessário. Não temos independência absoluta dos americanos em setor nenhum. E ainda tem Messias por aí prometendo que vai adotar as devidas medidas pra proteger a soberania nacional. Vai cagar...

Nunca foi de interesse de político nenhum desenvolver o Brasil a ponto de se tornar independente de verdade de nenhum país. Nem do Lula, menos ainda do Bolsonaro e de qualquer outro que já tenha passado pelo Planalto. Até os militares do regime eram cadelas adestradas dos americanos por um período. Ambos (e me refiro aos atuais polarizadores) só se interessam pelo caos, pois é nele que os idiotas ainda recorrem às suas pútridas e desprezíveis figuras como salvadores da pátria. O "nós contra eles" é o eterno adubo, e estes indivíduos são as duas maiores bostas da história do Brasil: um por já ter ido preso por roubar, e o outro ao tentar vender seu próprio país para não ser preso e assim poder roubar também.

Quanto aos bloqueios e sanções, e discussões, e xingamentos e afins, eu mantenho minha humilde posição: se derem um jeito de manter só no pessoal lá de cima, que se lasquem todos. É uma boa forma deles aprenderem que pica não tem ombro, e que americano não tem dó de rabo brasileiro.