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Esta Coluna de Opinião resolve trazer o seguinte questionamento: você, que está do outro lado, ama demais ou só está com medo da solidão? Dissertaremos brevemente acerca de todos os sentimentos humanos que envolvem esse processo pelo qual todos nós passaremos vez ou outra na vida, principalmente sobre a carência e a obsessão que podem surgir no meio do caminho (Foto de Pixabay para Pexels) |
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AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome já diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados, não representando necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço, enquanto veículo de imprensa (emitido somente por meio de nossos Comunicados Oficiais e Editoriais).
Por João Gabriel Silva
Todas as pessoas sentem carência de vez em quando.
É normal querer atenção, carinho, alguém que mande uma mensagem no meio do dia só para dizer que lembrou da gente. Faz parte do ser humano querer se sentir amado. É um desejo que nasce na infância, quando começamos a perceber que não estamos sós, mas... E quando essa vontade vira uma necessidade sufocante?
Quando a gente começa a viver em função do outro e esquece de si mesmo? Quando esperamos, o dia inteiro, ao lado do celular, uma mensagem que nunca chega?
É aí que a carência vira obsessão e deixamos de buscar amor para começar a implorar por migalhas de atenção, que podem vir ou não.
A obsessão não tem a ver com amar demais e sim com não se amar o suficiente. É se abandonar, viver em função de outrem, não conseguir encontrar paz na própria companhia. A pessoa passa a acreditar que só será feliz se tiver alguém por perto o tempo todo.
Começa a interpretar qualquer silêncio como rejeição, qualquer demora em responder como desinteresse. Cria histórias na cabeça, alimenta expectativas irreais e se frustra com frequência. O relacionamento vira um campo minado, em que a ansiedade toma conta e viver vira tormento.
O problema é que ninguém consegue ser feliz vivendo em função do outro. E, mais cedo ou mais tarde, essa intensidade descontrolada afasta e, muitas vezes, pode causar medo na outra pessoa, que pode ter ou não alimentado essa obsessão. O outro se sente pressionado, sufocado. E quem sofre de carência obsessiva se vê ainda mais vazio, pois a cada dia que passa, um pedaço do seu ser se perde nesse processo de adoecimento.
Então, persiste o alerta: carência é sentir falta. Obsessão é não saber viver sem. São coisas bem diferentes e que precisam ser pensadas com mais atenção: especialmente em um mundo superficial como o que vivemos. Só quem aprende a se preencher sozinho é capaz de construir relações leves e saudáveis, em que o outro é um complemento e não a parte que falta.
Antes de se jogar em busca do amor de alguém, pergunte a si mesmo: eu me amo? Eu gosto da minha própria companhia? Eu estou feliz comigo mesmo? Vale a pena tanto esforço por alguém que talvez nem esteja realmente presente?
Se a resposta for "não", talvez seja hora de olhar para dentro antes de olhar para o lado e tentar enxergar em si tudo aquilo que foi deixado de lado nessa busca desenfreada por achar a salvação da própria existência em outra pessoa.
Porque o amor que salva não é aquele que vem do outro.
É aquele que nasce em você.
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