Uma auditoria atribuída ao Tribunal de Contas da União (TCU), divulgada em matéria do jornal Folha de São Paulo, aponta que o Ministério da Defesa gastou, no ano de 2020, uma verba que deveria ser usada em ações de enfrentamento à pandemia de COVID-19 com itens alimentícios de luxo.
Segundo o TCU, foram R$ 535 mil gastos com filé mignon, picanha, camarão, bacalhau, salmão e até bebidas alcoólicas para a Marinha, Força Aérea e Exército. O órgão diz, de acordo com o jornal, que “não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária”.
Por meio de nota, o Ministério da Defesa esclareceu que "diferentemente de outras áreas, as Forças Armadas não interromperam a sua atuação durante a pandemia da Covid-19, mas, ao contrário, contribuíram ativamente com as ações do Governo Federal no propósito de salvar vidas e atender, principalmente, à população brasileira mais necessitada e que vive em áreas remotas".
Sobre a matéria da Folha, a pasta comandada por Walter Braga Netto diz que "chama a atenção o fato de que informações preliminares do Tribunal de Contas da União (TCU), sobretudo de processos que tramitam em caráter de sigilo, sejam utilizadas por veículo de imprensa sem a contextualização necessária e sem a devida apreciação de ministros do TCU", que todos os processos de aquisição de alimentos feitos pelas Forças Armadas são pautados na transparência e são auditados por órgãos de controle externo e interno.
Criticou a comparação feita pelo jornal da compra dos alimentos por parte da Defesa com outros setores, que, de acordo com a nota, tiveram suas atividades paralisadas durante a pandemia; e apontou que o volume dos produtos adquiridos não foi especificado. A nota encerra dizendo que todas as informações necessárias já foram apresentadas ao TCU, e que agora aguarda manifestação oficial do tribunal. (Confira a íntegra da nota oficial do Ministério da Defesa aqui)
O Podcast Cafezinho solicitou uma manifestação à Assessoria de Comunicação Social do Tribunal de Contas da União a respeito da matéria publicada pela Folha de São Paulo, mas até o fechamento desta matéria, não havíamos recebido nenhuma resposta.