Os casos, de um homem e uma mulher que desembarcaram da África do Sul em São Paulo, foram confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz. Ambos não haviam completado sua imunização. |
O Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, confirmou na tarde desta terça-feira que duas pessoas, que desembarcaram de um voo da África do Sul em Guarulhos estão contaminados com a variante Omicron do novo coronavírus. O sequenciamento genético foi feito pelo Hospital Albert Einstein.
O casal de missionários chegou ao Brasil no dia 23 de novembro, de um voo que havia partido da África do Sul, e fizeram no dia 25 um teste de PCR no aeroporto, que apontou que eles estavam com COVID. Ambos apresentaram sintomas leves, estão sendo monitorados pelas Vigilâncias Sanitárias do município e do estado, e, ainda de acordo com o Adolfo Lutz, não conseguiram comprovar que foram vacinados contra a doença.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), entidade responsável pela fiscalização da entrada dos passageiros nos aeroportos brasileiros, emitiu uma nota dando mais detalhes sobre o assunto: "A Anvisa ressalta que a entrada do passageiro no Brasil ocorreu no dia 23/11, ou seja, antes da notificação mundial sobre a identificação da nova variante, que foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) pela África do Sul no dia 24 de novembro. A entrada também foi anterior à edição da Portaria Interministerial CC-PR/MS/MJSP/MINFRA 660, de 27 de novembro de 2021, que proibiu, em caráter temporário, voos com destino ao Brasil que tenham origem ou passagem pela República da África do Sul e que também suspendeu, em caráter temporário, a autorização de embarque para o Brasil de viajantes estrangeiros, procedentes ou com passagem, nos últimos 14 dias antes do embarque, por esse país".
No entanto, o Brasil é um dos poucos países do mundo que ainda não exigem o comprovante de vacinação contra COVID-19 de viajantes estrangeiros para a entrada no país: exige somente um teste de PCR negativo e um atestado de saúde. Visivelmente, esse critério não funcionou.
Há ainda mais um caso suspeito dessa variante, de um passageiro vindo da Etiópia e que também desembarcou em Guarulhos, que está sob investigação.
A variante Omicron foi identificada pela primeira vez no dia 09 deste mês na África do Sul, tem a capacidade de ser mais contagiosa e apresentar uma variedade maior de mutações, podendo se tornar ainda mais fatal. Por isso, diversas autoridades sanitárias ao redor do mundo demonstraram grande preocupação com sua circulação e alguns países estão fechando suas fronteiras para países que já identificaram casos dessa variante. No Brasil, uma portaria proibindo a entrada de voos e cidadãos da África do Sul e outros cinco países do continente africano que confirmaram casos da omicron está em vigor desde ontem.