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Por William Lourenço
Durante uma visita de Jair Bolsonaro a uma rodovia em Resende, no Rio de Janeiro, no último sábado, uma mulher de 40 anos foi presa por ter supostamente chamado o presidente de "noivinha do Aristides" enquanto passava com seu carro. A Polícia Rodoviária Federal a abordou e a conduziu até a delegacia mais próxima, onde foi registrado um boletim de ocorrência contra a mulher por "ter gritado palavras de baixo calão contra o presidente". Os artigos 140 e 141 do Código Penal preveem reclusão de um a três anos nos casos de injúria proferida em meio a várias pessoas e contra pessoas com mais de 60 anos. Se você xingar o Presidente da República ou qualquer outro chefe de Estado estrangeiro, essa pena pode aumentar em um terço. A mulher deu azar de xingar logo o Bolsonaro, que tem 66 anos. E ela não foi a única a xingar o chefe do Executivo nesse dia: só deu o azar de ter sido a única a ser presa. E aí, a internet vira campo fértil pras teorias conspiratórias.
Mas porque esse nome de "noivinha do Aristides"? O advogado da mulher desmentiu que ela tenha chamado o presidente disso, mas confirma que ela xingou sim, de outra coisa, um motorista que estava em sua frente. Não teria sido nem mesmo o presidente. Esse termo surgiu na internet, e o tal do Aristides seria um instrutor de judô que teria dado aulas a Bolsonaro nos tempos em que ele esteve na Academia Militar das Agulhas Negras. Até agora não surgiu nenhuma prova da existência desse Aristides, mas quem disse que no Twitter precisa disso? O termo virou um dos nomes mais citados na rede social em toda a semana, o processo aberto contra a mulher agora corre em segredo de justiça, e ficam as seguintes dúvidas: se essa moda de todo mundo que xingar o presidente der mesmo cadeia, vai ter cadeia suficiente pra todo mundo? E se for mesmo a noivinha do Aristides, como é que fica o casamento com o Paulo Guedes? Vai anular?